3ª EDIÇÃO
SEXISMO NA SAÚDE

Desigualdade de género na saúde 🎯
As desigualdades de género impactam a saúde, limitando o acesso a cuidados e tratamentos entre homens e mulheres. Há estudos que referem que serão necessárias quatro ou cinco gerações para que a igualdade de género seja alcançada, contudo o trabalho tem de ser feito para que se consiga abolir as desigualdades de género, nomeadamente na saúde.
Descobre como combater as desigualdades.
SAÚDE MENTAL E O GÉNERO
A saúde mental e o género estão intrinsecamente ligados. As expectativas sociais, os papéis de género, as experiências de vida e as desigualdades de género moldam significativamente a saúde mental de homens e mulheres de formas distintas.
É preciso combater o estigma associado à saúde mental e encorajar as pessoas a procurar ajuda e adaptar os serviços de saúde mental às necessidades específicas de homens e mulheres.
Um estudo com 3.000 profissionais de saúde mental revelou que 68% avaliam de forma diferente os sintomas de ansiedade e depressão consoante o género. Surpreendentemente, mesmo as profissionais mulheres desvalorizam as queixas de pacientes do sexo feminino, considerando-as "exageradas", enquanto valorizam os mesmos sintomas em homens. Fonte: Observatório Europeu de Saúde Mental, 2023

"Desenvolvi um distúrbio alimentar por causa da pressão para ser 'perfeita'. Nas redes sociais, é um bombardeamento constante de corpos 'ideais'. Quando pedi ajuda, disseram que era 'coisa de adolescente'."
Joana Lopes, 18

"Quando falei sobre pensamentos suicidas, disseram-me para 'ser homem' e 'aguentar'. Como se expressar vulnerabilidade fosse uma falha de caráter. Esta atitude quase me custou a vida. Só sobrevivi porque a minha irmã, enfermeira, reconheceu a gravidade da situação."
Rui Ferreira, 33
Saúde Mental 🧠⃤
As desigualdades de género agravam as disparidades na saúde mental.
As mulheres enfrentam maior risco de depressão e ansiedade devido à violência doméstica e pressões sociais. Os homens, por sua vez, são pressionados a esconder suas emoções, resultando na dificuldade em procurar ajuda e altas taxas de suicídio. A comunidade LGBTQIA+ enfrenta discriminação, estigma e barreiras no acesso a cuidados de saúde específicos, o que aumenta a vulnerabilidade a problemas de saúde mental.
É crucial combater as desigualdades de género para garantir saúde mental equitativa para todas as pessoas.
COMPORTAMENTOS DE RISCO E GÉNERO
Os comportamentos de risco estão intimamente ligados às ISTs (Infeções Sexualmente Transmissíveis), esses riscos podem ser diminuídos através da realização de diagnósticos.
Sendo o diagnóstico uma ferramenta importante na saúde sexual, homens e mulheres devem recorrer aos rastreios para evitar comportamentos que coloquem as outras pessoas em risco.
Um estudo europeu, revelou que existe uma diferença muito grande entre mulheres (73%) e homens (27%) que recorrem aos rastreios de ISTs. Enquanto as mulheres são regularmente testadas em exames de rotina, os homens, devido a estigmas sociais e menor procura de cuidados preventivos, permanecem frequentemente sem diagnóstico, mantendo ciclos de transmissão.
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H

Um relatório de 2023 do Instituto Europeu para a Igualdade de Género revelou que 72% das mulheres com comportamentos de risco enfrentam julgamentos morais nos serviços de saúde contra apenas 23% dos homens nas mesmas circunstâncias.
Redes sociais - perigos e desafios 🤳
Apesar das suas vantagens, as redes sociais apresentam perigos e desafios à saúde mental e à igualdade de género.
Os filtros que promovem padrões de beleza irreais e o algoritmo que reforça comparações sociais, criam uma cultura de comparação e competição que contribuem para a dismorfia corporal, ansiedade e depressão, especialmente entre mulheres e pessoas LGBTQIA+.
É importante usar as redes sociais com moderação, procurar apoio quando necessário, promover alfabetização digital e combater o cyberbullying.

"Os médicos tratam-me como se fosse um alien. Nas urgências, uma vez com uma apendicite, estavam mais preocupados em discutir a minha transição do que em tratar a dor. É exaustivo ter que educar profissionais de saúde."
INÊS FONSECA, 25
DESIGUALDADES NA SAÚDE DA COMUNIDADE LGBTQI+
As pessoas LGBTQI+ enfrentam muitas dificuldades quando procuram cuidados de saúde, mas a situação é ainda pior quando também são mulheres. Um estudo recente mostra que 78% das mulheres lésbicas e bissexuais tiveram más experiências em consultas ginecológicas, onde os médicos assumem que todas as pacientes são heterossexuais ou não entendem as suas necessidades específicas.
O problema é ainda maior para pessoas trans: 84% evitam ir ao médico com medo de serem discriminadas. Esta situação é pior para mulheres trans (89%) do que para homens trans (76%), porque enfrentam preconceito tanto por serem trans como por serem mulheres.
As mulheres LGBTQI+ sofrem discriminação dupla: em 65% dos casos, os médicos dizem que seus problemas são "psicológicos" ou "hormonais", enquanto isto acontece com 45% dos homens LGBTQI+.
Sexualidade - Educação & Mitigação de riscos 🧸
A educação para a sexualidade é fundamental na promoção da igualdade de género e no combate à discriminação.
As desigualdades de género também devem ser combatidas com a educação sexual. A desinformação/desconhecimento e o estigma enfraquecem o combate à gravidez indesejada, às ISTs (Infeções Sexualmente Transmissíveis). É necessário melhorar a saúde reprodutiva, saúde sexual e bem-estar.
A educação para a sexualidade deve ser acessível e abrangente, para garantir o respeito pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas.
Violência no namoro! 🛑
Não é Não. A violência sexual não acontece só aos adultos, acontece no namoro!
32% dos jovens de Matosinhos diz conhecer uma situação de violência no namoro. Existem muitas formas de violência no namoro ou violência sexual. Contas de redes sociais partilhas entre casais, será violência no namoro?
Descobre mais no vídeo como te protegeres de situações de violência.

SABIAS QUE...?
uma mulher, dependente de substâncias, espera mais 3 anos para ter ajuda do que um homem?
É um facto! Enquanto os sintomas nos homens são rapidamente identificados como sinais de dependência, nas mulheres são frequentemente desvalorizados e atribuídos a perturbações emocionais ou ansiedade.
Fonte: Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), "Relatório sobre Comportamentos de Risco e Género", 2023
existe uma grande diferença no aconselhamento sobre comportamentos sexuais de risco entre jovens?
É verdade! Enquanto 82% dos jovens do sexo masculino não recebem qualquer aconselhamento, 73% das jovens são ativamente aconselhadas e monitorizadas. Esta disparidade acontece porque existe uma tendência para normalizar comportamentos de risco nos rapazes como "naturais", enquanto as raparigas são frequentemente sujeitas a vigilância e julgamento excessivos.
Fonte: Observatório Europeu de Saúde Sexual Juvenil, "Disparidades de Género no Aconselhamento Sexual", 2023
Estudo realizado com 15.000 jovens entre 15-24 anos em 20 países europeus.rapazes e raparigas sofrem pressões diferentes sobre o uso de preservativo?
Os números não mentem! 65% dos rapazes não usam porque acham que "não é masculino" ou porque os amigos gozam. Já 82% das raparigas que não usam dizem que é porque os parceiros insistem para não usar, criando uma situação de risco duplo.
Fonte: Observatório Europeu de Saúde Sexual Juvenil, "Pressão Social e Comportamentos Preventivos", 2023 Estudo com 12.000 jovens entre 15-24 anos em 18 países europeus
Quando há uma gravidez na adolescência, quase sempre só se culpa a rapariga?
A desigualdade é evidente! Em 89% dos casos, só a rapariga é julgada e responsabilizada. O pior é que 75% das raparigas deixam de estudar por causa disto, enquanto só 8% dos rapazes abandonam a escola - mesmo estando igualmente envolvidos na gravidez.
Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Gravidez na Adolescência, "Discriminação de Género na Gravidez Adolescente", 2023 Estudo com 10.000 casos em 22 países europeus
CONCURSO IGUALIGUAL 2024
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PAULA COSME PINTO
Podcaster, escritora, ativista

CAROLINA TORRES
Atriz e apresentadora de TV

FILIPE MOREIRA
Psicólogo, Membro da Ordem dos Psicólogos
VOZES DO IGUALIGUAL
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