3ª EDIÇÃO

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SEXISMO NA SAÚDE

CM Matosinhos

"Hoje a conversa é outra" 🎯
Junta-te à Paula Cosme Pinto, Carolina Torres e Filipe Moreira para uma conversa sem filtros sobre igualdade de género na saúde.

📅 20 nov | ⏰ 15h00
📺 Direto no YouTube

SAÚDE MENTAL E O GÉNERO

A saúde mental e o género estão intrinsecamente ligados. As expectativas sociais, os papéis de género, as experiências de vida e as desigualdades de género moldam significativamente a saúde mental de homens e mulheres de formas distintas.

É preciso combater o estigma associado à saúde mental e encorajar as pessoas a procurar ajuda e adaptar os serviços de saúde mental às necessidades específicas de homens e mulheres.

Um estudo com 3.000 profissionais de saúde mental revelou que 68% avaliam de forma diferente os sintomas de ansiedade e depressão consoante o género. Surpreendentemente, mesmo as profissionais mulheres desvalorizam as queixas de pacientes do sexo feminino, considerando-as "exageradas", enquanto valorizam os mesmos sintomas em homens. Fonte: Observatório Europeu de Saúde Mental, 2023

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Fotografia de Joana Lopes, 18

"Desenvolvi um distúrbio alimentar por causa da pressão para ser 'perfeita'. Nas redes sociais, é um bombardeamento constante de corpos 'ideais'. Quando pedi ajuda, disseram que era 'coisa de adolescente'."

Joana Lopes, 18
Fotografia de Rui Ferreira, 33

"Quando falei sobre pensamentos suicidas, disseram-me para 'ser homem' e 'aguentar'. Como se expressar vulnerabilidade fosse uma falha de caráter. Esta atitude quase me custou a vida. Só sobrevivi porque a minha irmã, enfermeira, reconheceu a gravidade da situação."

Rui Ferreira, 33

COMPORTAMENTOS DE RISCO E GÉNERO

Os comportamentos de risco estão intimamente ligados às ISTs (Infeções Sexualmente Transmissíveis), esses riscos podem ser diminuídos através da realização de diagnósticos.

Sendo o diagnóstico uma ferramenta importante na saúde sexual, homens e mulheres devem recorrer aos rastreios para evitar comportamentos que coloquem as outras pessoas em risco.

Um estudo europeu, revelou que existe uma diferença muito grande entre mulheres (73%) e homens (27%) que recorrem aos rastreios de ISTs. Enquanto as mulheres são regularmente testadas em exames de rotina, os homens, devido a estigmas sociais e menor procura de cuidados preventivos, permanecem frequentemente sem diagnóstico, mantendo ciclos de transmissão.

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*Dados estatísticos de rastreio do Instituto Europeu para a igualdade de género (EIGE)

Um relatório de 2023 do Instituto Europeu para a Igualdade de Género revelou que 72% das mulheres com comportamentos de risco enfrentam julgamentos morais nos serviços de saúde contra apenas 23% dos homens nas mesmas circunstâncias.

Fotografia de INÊS FONSECA, 25

"Os médicos tratam-me como se fosse um alien. Nas urgências, uma vez com uma apendicite, estavam mais preocupados em discutir a minha transição do que em tratar a dor. É exaustivo ter que educar profissionais de saúde."

INÊS FONSECA, 25

DESIGUALDADES NA SAÚDE DA COMUNIDADE LGBTQI+

As pessoas LGBTQI+ enfrentam muitas dificuldades quando procuram cuidados de saúde, mas a situação é ainda pior quando também são mulheres. Um estudo recente mostra que 78% das mulheres lésbicas e bissexuais tiveram más experiências em consultas ginecológicas, onde os médicos assumem que todas as pacientes são heterossexuais ou não entendem as suas necessidades específicas.

O problema é ainda maior para pessoas trans: 84% evitam ir ao médico com medo de serem discriminadas. Esta situação é pior para mulheres trans (89%) do que para homens trans (76%), porque enfrentam preconceito tanto por serem trans como por serem mulheres.

As mulheres LGBTQI+ sofrem discriminação dupla: em 65% dos casos, os médicos dizem que seus problemas são "psicológicos" ou "hormonais", enquanto isto acontece com 45% dos homens LGBTQI+.

SABIAS QUE...?
  • uma mulher, dependente de substâncias, espera mais 3 anos para ter ajuda do que um homem?

    É um facto! Enquanto os sintomas nos homens são rapidamente identificados como sinais de dependência, nas mulheres são frequentemente desvalorizados e atribuídos a perturbações emocionais ou ansiedade.

    Fonte: Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), "Relatório sobre Comportamentos de Risco e Género", 2023

  • existe uma grande diferença no aconselhamento sobre comportamentos sexuais de risco entre jovens?

    É verdade! Enquanto 82% dos jovens do sexo masculino não recebem qualquer aconselhamento, 73% das jovens são ativamente aconselhadas e monitorizadas. Esta disparidade acontece porque existe uma tendência para normalizar comportamentos de risco nos rapazes como "naturais", enquanto as raparigas são frequentemente sujeitas a vigilância e julgamento excessivos.

    Fonte: Observatório Europeu de Saúde Sexual Juvenil, "Disparidades de Género no Aconselhamento Sexual", 2023
    Estudo realizado com 15.000 jovens entre 15-24 anos em 20 países europeus.

  • rapazes e raparigas sofrem pressões diferentes sobre o uso de preservativo?

    Os números não mentem! 65% dos rapazes não usam porque acham que "não é masculino" ou porque os amigos gozam. Já 82% das raparigas que não usam dizem que é porque os parceiros insistem para não usar, criando uma situação de risco duplo.

    Fonte: Observatório Europeu de Saúde Sexual Juvenil, "Pressão Social e Comportamentos Preventivos", 2023 Estudo com 12.000 jovens entre 15-24 anos em 18 países europeus

  • Quando há uma gravidez na adolescência, quase sempre só se culpa a rapariga?

    A desigualdade é evidente! Em 89% dos casos, só a rapariga é julgada e responsabilizada. O pior é que 75% das raparigas deixam de estudar por causa disto, enquanto só 8% dos rapazes abandonam a escola - mesmo estando igualmente envolvidos na gravidez.

    Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Gravidez na Adolescência, "Discriminação de Género na Gravidez Adolescente", 2023 Estudo com 10.000 casos em 22 países europeus

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PAULA COSME PINTO

Podcaster, escritora, ativista

CAROLINA TORRES

Atriz e apresentadora de TV

FILIPE MOREIRA

Psicólogo, Membro da Ordem dos Psicólogos

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